Identidades de professores face à política pública de inclusão de alunos com dislexia em uma instituição privada de ensino – construções em um grupo focal
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Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar construções identitárias que emergem na interação entre professores sobre as relações existentes entre dislexia e educação básica, considerando como tais identidades se associam ao conceito de discricionariedade, no âmbito da implementação das políticas públicas sobre inclusão. A arquitetura teórica, em perspectiva interdisciplinar, fundamenta-se em estudos da área das ciências políticas, linguística aplicada e análise do discurso. Ao focarmos na questão do burocrata de linha de frente e no seu potencial discricionário, recorremos a Lipsky (1980), Lotta, (2012), entre outros e, ao utilizarmos as contribuições sobre as identidades, fizemos uso de teóricos como Hall (2011), De Fina (2003, 2006) e Levinson (2007). A partir de uma metodologia de pesquisa qualitativa interpretativa, foram analisados cinco segmentos gerados em um grupo focal, composto por professores de ensino básico de uma rede privada de Niterói - RJ. Os resultados da análise apontam para construções coletivas genéricas negativas: o professor é construído como um profissional rotativo, cansado e desconhecedor de seus alunos – ocupantes de salas de aulas lotadas; as identidades individuais, por sua vez, indicam professores críticos e atentos, porém impedidos de atenderem a seus alunos pela sobrecarga de trabalho a que são submetidos dentro das instituições de ensino. Embora de formas divergentes, em muitos momentos, as construções identitárias convergem para um ponto comum: há descrença em relação à forma como as políticas chegam aos burocratas de linha de frente, às salas de aula e à possibilidade de eficácia, sendo, portanto, relevante a discussão que desenvolvemos ao longo do trabalho.
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